ATENÇÃO: como melhorar seu foco e sua produtividade
Nossos cérebros estão sobrecarregados e se afogando em um mar de informações. E prestar atenção em tudo tem sido praticamente impossível.
Com o crescimento da internet, milhares de canais de televisão e os celulares, que são realmente pequenos computadores, você agora recebe diariamente cinco vezes mais informações do que uma pessoa recebia em 1986. De acordo com o estudo do Dr. Martin Hilbert da Universidade do Sul da Califórnia:
Todos os dias, uma pessoa produz em média seis jornais em quantidade de informações, comparado com apenas duas páginas e meia há 24 anos – um aumento de quase 200 vezes.
Os neurônios precisam de oxigênio e glicose para sobreviver, e toda esta informação utiliza a energia do cérebro. Cada atualização de status que você lê no Facebook, cada tweet ou mensagem de texto que você recebe ou envia está competindo por recursos em seu cérebro com coisas importantes – como descobrir como acalmar as coisas com o seu amor depois de uma briga na noite passada.
Embora uma grande quantidade de processos de informações ocorra inconscientemente – como você sente e pensa-, há também momentos em que você realmente precisa e quer prestar atenção, mas simplesmente não consegue.
A capacidade de prestar atenção varia e é um fator tanto de saúde quanto de doença mental.
De acordo com o Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC), desde 2011, 6,4 milhões de crianças americanas com idades entre 7 e 14 anos (11%) e cerca de 4% dos adultos americanos foram diagnosticados com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) – com números crescentes.
Mesmo você achando que o TDAH é um distúrbio de base cerebral ou uma questão de disciplina, prestar atenção está se tornando uma arte perdida nos dias de hoje.
Como a atenção acontece no seu cérebro
A atenção pode ser mapeada em regiões específicas do cérebro, e cada um de nós tem uma dimensão de atenção única, como se fosse uma assinatura, que Richard Davidson chama de “Estilos emocionais” em seu livro “A vida emocional do seu cérebro: como seus padrões originais afetam a maneira de pensar, sentir e viver – e como você pode alterá-los”.
O córtex parietal do cérebro é como o volante apontando seu foco em uma direção geral e mirando em um alvo particular. O córtex pré-frontal, em seguida, entra em ação e é responsável por manter a sua atenção (ou não) naquele local.
Quando o “focar” está com problema, o córtex pré-frontal está sub ativo, e sua atenção é vítima de estímulos, especialmente externos. Melhorar a atenção é uma questão de aumentar a atividade e fortalecer as conexões entre o córtex pré-frontal e o parietal.
Trabalhando seus músculos da atenção
Assim como você pode trabalhar para construir um músculo, você pode exercitar áreas do seu cérebro para construir suas habilidades de atenção através da meditação. Um estudo mostrou que três meses de prática de meditação ajuda no treinamento mental e pode afetar de forma significativa a atenção e a função cerebral.
Um tipo de meditação em particular, chamada meditação de atenção focada, apresenta níveis mais altos de atividade no córtex pré-frontal e parietal. Veja como fazer isso:
- Sente-se confortavelmente, com os olhos abertos, em uma sala silenciosa livre de distrações. Localize um objeto visual em que se concentrar, como um único fio de tapete, uma maçaneta de porta, um botão em sua camisa, ou uma chama de vela – não foque na sua respiração, ou em uma visualização mental ou de um mantra.
- Mantenha seus olhos colados nesse objeto e concentre todo o foco da sua atenção nele.
- Quando sua mente se desviar desse objeto, e isso definitivamente vai acontecer, guie sua mente suavemente de volta para esse objetivo de novo e de novo.
Richard Davidson sugere essa prática diariamente por 10 minutos e que você vá aumentando o tempo de prática.
Porém, algumas pessoas, na verdade, têm o problema oposto, de serem muito focadas. Com certeza você conhece alguém que fica tão focado naquilo que está fazendo que nem sequer ouve o que você falou. Nesse caso de hiper-focalização, o circuito de atenção no cérebro dessa pessoa é muito ativo e precisa ser acalmado.
Você pode relaxar esse controle de atenção praticando a mesma meditação, mas ao contrário. Na meditação presencial aberta, uma pessoa treina para alargar a sua atenção, sem focar em qualquer objeto em particular. Em vez disso, eles treinam para cultivar uma consciência da própria consciência.
Primeiro você deseja praticar e tornar-se confortável com uma meditação básica, como a meditação da respiração e, em seguida, passar para a meditação presencial aberta:
- Sente-se confortavelmente, olhos relaxados, semi abertos ou fechados, em uma sala silenciosa.
- Mantenha consciência do que está ao seu redor, mas não se concentre em algo em particular.
- Conscientize-se, mas não pense sobre, deixe qualquer coisa surgir em sua consciência – pensamentos, sons, imagens, sensações, sentimentos, gostos. Você quer simplesmente observá-los sem explorar, comentar, rejeitar, ou se envolver com eles. Seja totalmente aberto, mas não deixe que nada te afete.
- Quando você encontrar a sua mente se movendo em direção a algo, deixe-a voltar-se para aquilo e tornar-se consciente dele com o maior desinteresse possível. Neste exercício, você não está com o objetivo de redirecionar sua mente quando ela se desvia. Você está simplesmente prestando atenção a tudo o que se apresenta.
Richard Davidson sugere praticar de 5 a 10 minutos no dia e relata que muitos praticantes desta meditação acham que desenvolveram um tipo de consciência panorâmica. Estudos de Eletroencefalografia (EEG), realizados por Davidson, mostraram que quando as pessoas praticavam meditação aberta monitorizada, suas ondas cerebrais se tornaram moduladas, de modo que eles foram mais receptivos a estímulos externos. Ele explica assim:
Se você atirar uma pedra em um lago imóvel, você pode ver as ondulações de forma muito clara; mas se o lago é turbulento, você terá problemas para perceber a mudança produzida pela pedra.
Uma palavra sobre multitarefas
Multitarefa é um mito. Enquanto seu cérebro pode perceber de mais de uma coisa ao mesmo tempo, ele literalmente não pode executar duas tarefas distintas de uma só vez. Se alguém parece ser um multifarefas, ele está realmente mostrando um bom uso da memória de trabalho. Estudos mostram que uma pessoa leva mais tempo para completar uma tarefa quando foi interrompida e comete cerca de quatro vezes mais erros. Torna-se muito mais fácil alternar entre trabalhos e errar menos quando as tarefas são familiares.
Seu cérebro é um processador sequencial e não importa o quanto ser multitarefa é forçado e valorizado em nossa sociedade, as pesquisas mostram claramente que isso diminui a produtividade e aumenta erros.
O ideal é reduzir, se livrar das distrações, ficar em sintonia e trabalhar na construção da sua atenção. Você e o seu cérebro serão mais felizes.
Eu posso te ajudar a transformar os seus hábitos mesmo que você não tenha tempo e nem disciplina para estudar. Conheça o meu ebook com método garantido pela neurociência. Clique aqui!