Cuidado, seu azeite pode ser falso!
Nas últimas três décadas, o consumo de azeite de oliva aumentou mais de 10 vezes nos Estados Unidos. Em 1980, eram consumidas 29 toneladas métricas. O último levantamento, em 2015, revelou um aumento para 327 toneladas. Um dos motivos pode ser a popularidade que a dieta mediterrânea ganhou nos últimos tempos, fazendo do azeite uma indústria que rende 16 bilhões de dólares anualmente. Infelizmente, essa popularidade também levou à fraude e à corrupção.
Em geral, as pessoas acreditam que a Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA), órgão semelhante à Vigilância Sanitária, está policiando e regulando a fraude alimentar. Mas esse não é realmente o caso. Seu foco principal é certificar-se de que os rótulos dos produtos são precisos e acompanhar surtos de doenças relacionadas com alimentos. O FDA faz pouco em termos de impedir que os alimentos ilegalmente adulterados sejam vendidos.
A grande maioria do azeite é adulterada
Quando se trata de azeite, os testes revelam que de 60 a 90% dos azeites vendidos em supermercados e restaurantes americanos são adulterados com óleos vegetais baratos e oxidados, como o óleo de girassol ou óleo de amendoim. E isso não é diferente aqui no Brasil.
Até mesmo o azeite “extra virgem” é muitas vezes diluído com outros óleos mais baratos, incluindo avelã, soja, milho, girassol, palma, sésamo, semente de uva e/ou noz. Estes óleos adicionados não são listados no rótulo e a maioria das pessoas não será capaz de discernir que seu azeite não é 100% puro.
As chances são de que se você tem consumido azeite de qualidade inferior por muito tempo – ou na verdade nunca tenha provado um azeite puro, de alta qualidade – não perceberá que há algo de errado com ele.
Como identificar o azeite adulterado
Aqui estão alguns sinais que podem indicar a adulteração do produto:
- Rançosidade: Se ele cheira a giz de cera ou deixa uma sensação gordurosa na boca, o óleo está rançoso e não deve ser usado.
- Mofo: Azeites ‘mofados’ são causados por azeitonas que ficaram armazenadas por muito tempo antes de serem moídas, levando a fermentação na ausência de oxigênio. Sabores ‘mofados’ são incrivelmente comuns em azeites, no entanto, não deve haver a presença de um cheiro fermentado, lembrando meias suadas ou vegetação pantanosa.
- Sabor de vinho ou vinagre: Se tiver com gosto de tons de vinho ou vinagre (ou até mesmo removedor de esmalte), é provavelmente porque as azeitonas foram submetidas à fermentação com oxigênio, levando a este sabor ácido e indesejável.
Como otimizar a vida útil do produto
O azeite é extremamente perecível mesmo quando utilizado frio, graças à presença de clorofila, que acelera a decomposição. Se você é como a maioria das pessoas, provavelmente está deixando sua garrafa de azeite no balcão, abrindo e fechando-o várias vezes por semana. É importante lembrar que, sempre que o óleo é exposto ao ar e/ou à luz, ele se oxida, e a clorofila acelera a oxidação das gorduras insaturadas.
Para proteger o azeite destas alterações, aqui estão algumas dicas:
- mantenha-o num local fresco e escuro;
- compre garrafas menores para garantir o frescor;
- recoloque imediatamente a tampa após o uso.
Azeites reprovados no Brasil
Em teste de qualidade realizado pela Proteste, em 2016, oito marcas de azeite extravirgem foram reprovadas por fraude ou classificação diferente da indicada no rótulo. Dos 20 produtos testados quatro foram eliminados e outros quatro não são indicados para compra. A Proteste pediu a retirada dos produtos do mercado.
Confira:
Com adulteração (acréscimo de outros óleos)
- Figueira da Foz
- Tradição
- Quinta d’Aldeia
- Pramesa
Não são extravirgem – apenas virgem
- Qualitá
- Beirão
- Carrefour Discount
- Filippo Berio
O produto mais bem avaliado foi o Cocinero, indicado como autêntico azeite extravirgem e melhor custo-benefício.
Então preste muita atenção no azeite que você vai comprar, avaliando todos os aspectos o conservando-o de forma correta.