O que é Mindfulness?
Mindfulness é um daqueles termos que viram moda, que você se acostuma a ver em quase todos os lugares. Mas você já se perguntou o que ele significa exatamente?
Em seu livro, The Mindful Brain: Reflection and Attunement in the Cultivation of Well-Being, Daniel J. Siegel, diretor do Instituto Mindsight e autor de vários livros, diz:
“Mindfulness, em seu sentido mais amplo, é sobre acordar de uma vida em automático e ser sensível à novidade em cada uma de nossas experiências diárias. Ao se tornar consciente a respeito do mindfulness, os fluxos de informação que chegam na mente entram no radar da atenção plena e podem ser percebidos de uma maneira diferente. A ‘consciência consciente’, realmente envolve muito mais do que simplesmente estar consciente: envolve estar consciente de aspectos da própria mente. Em vez de estar no piloto automático e sem mente, o mindfulness nos ajuda a despertar e, refletindo sobre os aspectos da mente, somos capazes de fazer escolhas e, assim, a mudança torna-se possível”.
Se tornar consciente não é apenas estar consciente, é estar ciente da consciência. É se aproximar da experiência atual com uma consciência reflexiva, incluindo aí algumas qualidades tais como a curiosidade, abertura, aceitação e amor.
No livro, Siegel cita Jon Kabat Zinn que define mindfulness como: “A consciência que emerge através de prestar atenção de propósito, no momento presente, e sem julgamento para o desdobramento da experiência momento a momento”.
Outra definição que ele oferece, vem do programa “The Innerkids”, concebido para ensinar as habilidades básicas de mindfulness a crianças e jovens: “Estar ciente do que está acontecendo, COMO está acontecendo.”
Em estudos sobre mindfulness, existem cinco fatores básicos que tendem a incluir a atenção plena:
- Não-reatividade à experiência interna: perceber sentimentos e emoções sem ter que reagir a eles;
- Observar/notar sensações, percepções, pensamentos e sentimentos: permanecer presente com sensações e sentimentos mesmo quando são desagradáveis ou dolorosos;
- Agir com consciência/não em piloto automático: quebrar ou derramar coisas por descuido, por não prestar atenção ou pensar em outra coisa;
- Descrever/rotular com palavras: transformar facilmente crenças, opiniões e expectativas em palavras;
- Não julgar a experiência: criticando-se por ter emoções irracionais ou inapropriadas.
Quase todas as culturas e religiões têm práticas que incentivam e ajudam as pessoas a desenvolver a consciência do momento presente ou da atenção plena, incluindo a meditação, oração, ioga, tai chi. Essas práticas compartilham o objetivo comum de conscientemente focalizar a consciência de uma maneira muito específica. Siegel escreve: “A experiência direta no momento presente tem sido descrita como uma parte fundamental do ensino budista, cristão, hindu, islâmico, judaico e taoísta”. Ou seja, a atenção plena não está associada a nenhuma orientação religiosa nem conflita com nenhuma delas.
Estudos recentes mostraram que o mindfulness melhora significativamente uma ampla gama de condições de transtornos: de personalidade, obsessivo-compulsivo, alimentares, de estresse pós-traumático e de ansiedade. Esta prática demonstrou ser útil na prevenção de recaídas da depressão crônica e até minimizar o abuso de substâncias.