Carne processada: a nova vilã do câncer

29 de outubro de 2015 by Frederico Porto in Artigos, Desenvolvimento Pessoal, Saúde

OMS coloca bacon, linguiça e salsicha na lista de alimentos cancerígenos.

Que as carnes processadas como bacon, presunto, salsicha e linguiça fazem mal à saúde já era um consenso. Mas agora a Organização Mundial da Saúde (OMS) colocou um ponto final nessa discussão: elas são cancerígenas.

De acordo com a Agência Internacional pela Pesquisa em Câncer (IARC) da OMS – que classifica o risco do que pode causar a doença -, a carne processada é um fator de risco certo para o câncer, encaixado na categoria 1, assim como cigarro, bebidas alcoólicas e amianto. As carnes vermelhas também entraram para o pódio na categoria 2A, como risco “provável”, assim como já estavam alguns inseticidas, frituras em alta temperatura e até o trabalho em horários irregulares.

Por estar na mesma categoria que as drogas lícitas não quer dizer que a carne vermelha faça o mesmo mal que elas. Há evidências de que existem riscos, não do nível de probabilidade, ou seja, se um produto é mais carcinogênico que o outro.

O estudo de meta-análise – que avaliou mais de 800 outros estudos – estima que cada porção diária de 50 gramas desse alimento aumenta em 18% o risco do desenvolvimento de câncer colorretal, neoplasia maligna que afeta o intestino grosso e/ou reto. Também pode ter associação com cânceres de pâncreas e próstata. Quanto maior o consumo, maior o risco.

Mas o que é carne processada?

A carne processada é aquela que foi modificada para melhorar seu sabor ou sua preservação por meio de salga, secagem, fermentação, defumação ou outros processos. A maioria contém carne de porco ou de boi. Alguns exemplos mais consumidos são bacon, linguiça, salsicha, carne seca, salame e presunto.

Por que carne vermelha e carne processada podem causa câncer?

Existem algumas hipóteses: tanto durante o processamento quanto no cozimento, pode haver produção de químicos carcinogênicos – como aminas heterocíclicas aromáticas e hidrocarbonetos policíclicos aromáticos, também achados na poluição do ar, por exemplo.

Assar a carne diretamente na chama, fazer churrasco ou mesmo grelhá-la em uma frigideira pode acelerar a produção desses carcinógenos.  No entanto, esse mecanismo ainda não está completamente desvendado. Mas isso não quer dizer que temos que comer a carne crua, já que existe um risco de infecção em consumir alimentos não cozidos.

Devo parar de comer carne?

Comer carne traz vários benefícios para a saúde, mas muitas diretrizes nacionais recomendam que o consumo de carne processada e de carne vermelha seja limitado. Há risco de doenças cardíacas e de diabetes ligada ao consumo em excesso desses alimentos.

Isso não quer dizer que devemos comer só aves e peixes, ou virarmos vegetarianos. Mas que o consumo de carnes processadas e carnes vermelhas deve ser reduzido.

Sempre que surge esse tipo de estudo, é importante lembrarmos que um dos aspectos da alimentação é o prazer, seja o prazer do sabor ou o papel do alimento na vida social. Por exemplo: comer uma feijoada com os amigos.

O meu conselho é : o que te mata é o que você come todo dia, não o que come esporadicamente. Portanto, busque a prudência antes de uma atitude muito radical. Por outro lado, procure evitar, coma em momentos importantes, não tem necessidade comer este tipo de alimento diariamente.