Exercício físico alivia sintomas da depressão
Um novo estudo, publicado no Journal of Neuroscience, sugere que o exercício físico ajuda a ‘turbinar’ o cérebro afetado pela depressão. Alguns neurotransmissores críticos foram ‘impulsionados’ no estudo, possivelmente ajudando a restaurar a saúde mental. O exercício intenso aumenta os níveis de dois neurotransmissores comuns que estão ligados à depressão: o ácido gamma-aminobutírico (GABA) e o glutamato. Ambos estão envolvidos na depressão e em outros distúrbios neuropsiquiátricos.
O professor Richard Maddock, autor do estudo, disse: “O transtorno depressivo crônico é muitas vezes caracterizado por baixos níveis de glutamato e GABA, que voltam ao normal quando a saúde mental é restaurada. Nosso estudo mostra que o exercício físico ativa a via metabólica que reabastece esses neurotransmissores.”
O estudo envolveu 38 pessoas que se exercitaram em uma bicicleta ergométrica por um período de 30 minutos. Os seus níveis de neurotransmissores foram comparados com um grupo de controle que não fez exercício físico algum. Os níveis de glutamato e de GABA aumentaram consideravelmente naqueles que fizeram o exercício em comparação com aqueles que não fizeram.
O cérebro realmente usa grandes quantidades de energia quando estamos fazendo exercício físico.
Segundo Maddock: “Do ponto de vista metabólico, a atividade física vigorosa é o exercício mais exigente que o cérebro encontra, muito mais intenso do que resolver cálculos matemáticos ou jogar xadrez, por exemplo, mas ninguém sabe o que acontece com toda essa energia. Aparentemente, uma das coisas que ela está fazendo é criar mais neurotransmissores. “
Os resultados do estudo são encorajadores, concluiu o professor Maddock: “Houve uma correlação entre os níveis de glutamato no cérebro em repouso e quanto as pessoas se exercitaram durante a semana anterior. É uma informação preliminar, mas é muito encorajador. Estamos oferecendo uma outra visão sobre por que o exercício físico regular pode ser importante para prevenir ou até tratar a depressão. Nem toda pessoa deprimida que se exercita vai melhorar, mas muitas irão. É possível que possamos ajudar a identificar os pacientes que mais se beneficiariam de uma ‘dieta de exercícios’”.