O custo da falta de sono para a produtividade
Um novo estudo feito pela empresa de consultoria empresarial americana McKinsey & Company, publicado em fevereiro deste ano, analisou como 196 líderes de grandes empresas lidam com o sono:
– 46% acreditam que a falta de sono tem pouco impacto em sua performance;
– 66% estão insatisfeitos com a quantidade de sono que tem;
– 83% relataram que suas empresas não se esforçavam para educar os colaboradores sobre a importância do sono.
A relação da qualidade da liderança com o sono é real, visto que as funções mais complexas do nosso cérebro, chamadas de funções executivas (pensamento racional, resolução de problemas, organização, planejamento) estão relacionadas ao córtex pré frontal, e este, por sua vez, é bastante impactado pela quantidade e qualidade do sono.
Os cientistas descobriram que a privação de sono prejudica, entre outras capacidades, a de focalizar a atenção seletivamente. A pesquisa mostra que, após cerca de 17 a 19 horas de vigília, o desempenho individual em uma série de tarefas é equivalente ao de uma pessoa com um nível de álcool no sangue de 0,05%. Esse é o limite legal para beber em muitos países, inclusive no Brasil. Após cerca de 20 horas de vigília, o desempenho dessa mesma pessoa é igual ao de alguém com um nível de álcool no sangue de 0,1%, o que se enquadra na definição legal de embriaguez nos Estados Unidos.
Ainda segundo um outro estudo da Mckinsey, desta vez feito com 89 empresas e 189.000 pessoas, mostrou que as competências associadas a uma liderança de alta qualidade eram: orientação para resultados, solução de problemas, busca por novas perspectivas e dar suporte aos outros.
Todas essas competências relatadas são diretamente impactadas pela qualidade do sono através do seu efeito na atenção, concentração, conexão com os outros, reação emocional, aprendizado e memória.
É interessante destacar que 70% dos líderes relataram que a gestão do sono deveria fazer parte do programa de treinamento das empresas. Isso mostra que provavelmente estão percebendo o impacto do sono na performance. Sabemos que dormir bem melhora o desempenho de atletas e músicos, o mesmo deverá se aplicar para executivos.
Um estudo recente da Harvard Medical School com grandes líderes mostrou que 96% dos entrevistados relataram ter pelo menos algum grau da síndrome de burnout. Um terço descreveu sua condição como extrema.
Aqui vão algumas dicas para cuidar melhor do sono e assim aumentar a sua performance no dia a dia:
– tenha um horário definido para ir para a cama;
– durma no escuro e evite a exposição à luz direta logo antes de ir para a cama (podem ser utilizados bloqueadores de luz em telas de computadores e similares, tido F.LUX, ou até óculos escuro);
– faça cochilos durante o dia, com a duração ideal de no máximo 30 minutos. Se passar disto o ideal é dormir até 90 minutos. Algumas empresas inclusive já possuem salas de cochilo.
Para que possamos render o máximo em um ambiente de trabalho cada vez mais competitivo, precisamos cuidar do nosso sono como algo sagrado. Caso tenha interesse em saber mais, assista meu webnário “Dormir bem: desejo de muitos, conquista de poucos”.
Esse mês nas bancas também está disponível uma reportagem sobre “O déficit do sono”, na qual explano um pouco mais sobre esse assunto. A reportagem é da Revista Você RH, com o título “Legado da crise”. É mais um meio de você adquirir conhecimento sobre a importância do sono. Confira!