Uso excessivo do celular pode levar à ansiedade
A nomofobia é a angústia de ficar sem o celular.
Segundo pesquisadores de Hong Kong, jovens e adultos são afetados igualmente pelo problema, que se torna mais sério quando a pessoa tem o hábito de armazenar, compartilhar e acessar lembranças no aparelho.
Quando separados de seus celulares, os voluntários da pesquisa relataram sofrer dores (na região do pescoço, principalmente) e se sentirem sozinhos. “As descobertas do nosso estudo sugerem que os usuários percebem os smartphones como seus ‘eus’ estendidos e se apegam aos dispositivos”, disse Dr. Kim Ki Joon, membro da pesquisa.
“As pessoas experimentam sentimentos de ansiedade e desprazer quando separadas de seus telefones”, completa o especialista. Além disso, um estudo norte-americano também provou que a ficar longe do telefone pode levar a um aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial.
Mark Griffiths, cientista da Universidade de Nottingham, na Inglaterra, argumenta que o que afeta as pessoas não é o afastamento do aparelho em si, mas sim do que ele contém e o medo de perder o que está acontecendo no mundo.
“As pessoas não usam seus telefones para conversar com as outras — estamos falando de um dispositivo conectado à internet que permite às pessoas lidar com muitos aspectos de suas vidas”, diz Griffiths. “Você teria que remover cirurgicamente um telefone de um adolescente porque toda a sua vida está enraizada neste dispositivo”.
O especialista também disse que para alguém ser diagnosticado com nomofobia precisa apresentar uma série de sintomas, como tornar seu tempo com o aparelho a parte mais importante do dia, depender dele para se sentir bem e para se divertir e até deixá-lo afetar os relacionamentos.
De acordo com ele, é muito raro alguém não apresentar nenhuma das características apontadas acima. Afastar-se voluntariamente do aparelho já caracteriza um quadro mais leve.
Adaptado de The Guardian