A Vitamina C ajuda no combate aos resfriados?
Em 1970, o livro “Vitamina C e o resfriado comum” foi publicado pelo vencedor do Prêmio Nobel, Dr. Linus Pauling. A premissa do livro – que consumir grandes quantidades de vitamina C poderia reduzir a severidade e a duração dos resfriados – foi amplamente aceita pelo público, apesar da oposição de alguns cientistas e médicos. A vitamina C começou a substituir a sopa de frango como tratamento para resfriados e gripes e ainda é usada para esse propósito mais de quatro décadas depois.
Sobre Linus Pauling
O Dr. Pauling deu origem ao termo “medicina ortomolecular”, uma prática que recomenda o uso de quantidades de biomoléculas acima dos limites definidos pela medicina. Seus esforços nesta área, e sua defesa pelo uso de suplementos nutricionais, continuam controversos. O Dr. Pauling, inclusive, sugeriu que a genética defeituosa pode estar por trás de várias doenças.
Um olhar histórico sobre a pesquisa dos efeitos da vitamina C
Uma série de estudos encontrou resultados positivos para um efeito protetor da vitamina C contra a incidência, duração ou sintomas de resfriado. Um estudo inicial de grande escala, relatado em 1972 no Canadian Medical Association Journal, encontrou um número significativamente maior de indivíduos tratados com vitamina C que permaneceram livres de resfriados ao longo do estudo, em comparação com aqueles que receberam um placebo.
Em 1974, Pauling escreveu um comentário publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences, onde criticava os valores de Ingestão Diária Recomendada (IDR) para a vitamina C. Enfatizando a atividade antiviral e antibacteriana da vitamina, ele sugeriu que a ingestão ideal para os seres humanos poderia chegar a 5.000mg por dia, contra os apenas 60mg recomendados, e observou que o IDR informado naquele momento era adequado apenas para evitar o escorbuto.
Em outro estudo, o médico W. W. Rosser, observou que o nível de vitamina C dos glóbulos brancos diminui drasticamente durante o primeiro dia de pneumonia e permanece nesse nível durante três dias; no entanto, 6 gramas de vitamina C consumidas no início da infecção podem impedir que isso ocorra. O Dr. Rosser afirmou que, enquanto os estudos envolvendo menos de um grama de vitamina não eram “convincentes”, as doses de 4-6 gramas por dia reduziam os sintomas de resfriado.
Em 2017, o Dr. Hemilä informou que 148 estudos em animais indicaram que a vitamina C pode prevenir ou diminuir os sintomas de infecções causadas por vírus e bactérias. Ensaios controlados descobriram uma dose significativa de resposta para o consumo de 6 a 8 gramas por dia de vitamina, sugerindo uma razão para a aparente falta de benefício encontrada em alguns estudos que examinaram doses mais baixas. “Dado o efeito consistente da vitamina C sobre a duração dos resfriados, sua segurança e seu baixo custo, valeria a pena para os pacientes com resfriados comuns testarem se a dose terapêutica de vitamina C (8 gramas/dia) é benéfica para eles”, ele sugere. “A auto dosagem de vitamina C deve ser iniciada o mais rápido possível após o início dos sintomas de resfriado comum para ser mais eficaz”, completa.
Então a Vitamina C é útil contra resfriados?
Embora os resultados e a interpretação dos estudos ainda sejam inconclusivos, existe uma quantidade significativa de evidências em favor da capacidade de diminuir a duração e os sintomas dos resfriados quando a Vitamina C é consumida em doses superiores à média. Uma vez que a ingestão de vitamina C pela maioria das pessoas é menos do que o ideal, não faz mal complementar com uma quantidade diária prudente no caso de surgirem os primeiros sintomas de gripe ou resfriado. Além disso, suplementos que também contenham zinco, são candidatos promissores na batalha para evitar que um “resfriadinho” se torne um problema mais sério.
No entanto, não podemos deixar de enfatizar que vitamina C em doses mais altas pode aumentar a incidência de pedras nos rins, por ser ácida e, assim, reduzir o PH da urina.
Adaptado de The Life Extension Blog