Você sabe se tem compulsão alimentar?
Você é aquela pessoa que consegue controlar bem o que vai consumir ou come aquilo e colocou no prato e mais ou pouco, mesmo sem “necessidade”? Quando, e se, você percebe que está comendo demais, você para imediatamente ou vai pra algum lugar e termina de comer escondido?
A maneira como um indivíduo lida com a comida pode denunciar que ele se tornou vítima de um transtorno alimentar conhecido como compulsão alimentar. Uma vez ou outra estamos cometendo um dos 7 pecados capitais e a gula é uma das “vilãs” que ataca todo mundo. Mas a forma como esses episódios de gula são encarados e suas consequências podem indicar a necessidade de buscar ajuda.
Segundo o psiquiatra Adriano Segal, responsável pelo departamento de Psiquiatria e Transtornos Alimentares da Abeso, há duas principais definições de compulsão alimentar. A princípio, ela pode ser entendida como um episódio de descontrole, em que são consumidas grandes quantidades de comida com sensação de perda de controle sobre o quanto se come. Em casos mais graves, ela recebe o nome de Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica, quadro que apresenta as características descritas anteriormente, mas com mais frequência e, além disso, gera desconforto.
Será que você sobre desse transtorno? Veja se você se identifica com essas situações:
Comer escondido
Ao comer escondido, você está tentando fugir do julgamento alheio e até próprio. Desta maneira, busca fugir de críticas quanto à qualidade do que ingere e a velocidade com que o faz. Não confunda o hábito com um estado de sonambulismo, em que a pessoa come de madrugada, mas não se recorda de o ter feito. Neste caso, o isolamento é premeditado por vergonha da dificuldade de autocontrole.
Comer rápido
Consumir os alimentos com rapidez é um quesito que faz parte dos critérios para diagnóstico da compulsão alimentar. “Embora a origem do hábito possa ser interpretada de várias maneiras, uma coisa é certa: quem come rápido tende a comer mais”, aponta o psiquiatra Adriano. Isso acontece porque a sinalização da saciedade decorrente da liberação de determinados hormônios demora algum tempo para acontecer. Quanto mais rápido uma pessoa comer, portanto, mais comida ela irá ingerir até que se sinta saciada.
Comer sem estar com fome
Nem sempre o ator de comer está relacionado com a fome para quem sofre de compulsão alimentar. Nesses casos, inclusive, é mais comum que a pessoa prefira consumir alimentos ricos em gorduras e carboidratos simples. Frituras, bolos, doces e fast food ganham espaço. A comida deixa de funcionar como um combustível necessário para as funções vitais do organismo e passa a ser apenas fonte de prazer.
Comer até se sentir mal
“O desconforto pelo consumo excessivo de alimentos acontece por conta da distensão gástrica sofrida pelo estômago”, alerta o psiquiatra Adriano. O exagero, por sua vez, costuma ser decorrente da rápida ingestão de comida. Além disso, o indivíduo não come muito mais por satisfação emocional do que por necessidade física.
Estar sempre comendo
Quem sofre de compulsão alimentar pode sentir necessidade de comer com mais frequência, já que a falta de comida cria um vazio emocional. A sensação que está passando pode até ser de fome, mas o corpo não precisa de comida. Desta maneira, ele repete refeições e costuma estar sempre beliscando alguma guloseima.
Comer para se sentir emocionalmente bem
“Diante de situações que causem sentimentos negativos ou muito positivos, é comum que a pessoa com compulsão alimentar desencadeie um episódio de descontrole”, afirma o psiquiatra Adriano. Segundo ele, isso neutraliza o sofrimento, mas também serve como forma de comemoração ou recompensa.
Sentir culpa após um episódio de descontrole
A sensação de culpa após um episódio de descontrole diante da comida é consequência da percepção de uma atitude que o indivíduo reconhece estar errada e diante da qual se sente incapaz de mudar. Isso também é normal acontecer com pessoas que se submetem a uma dieta muito restritiva. Em um dia colocam em risco semanas de dedicação.