Workholic vs qualidade de vida
Estamos todos condenados a passar a vida dentro do escritório?
“A solução do paradoxo do mundo dos negócios (produtividade e realização profissional X realização pessoal e afetiva), pode ser equacionado. Em outras palavras, é possível elevar a eficiência e produtividade sem comprometer a qualidade de vida.”
O mundo corporativo atual é feito, muitas vezes, de indivíduos motivados pela alta competitividade, vaidade, necessidade de sobrevivência ou ainda alguma necessidade pessoal de provar algo a alguém ou a si mesmo, e essas pessoas acabam se tornando viciados no trabalho para atingir seus objetivos pessoais.
O termo workaholic é uma expressão americana e define a pessoa que é viciada em trabalho. As pessoas viciadas em trabalho sempre existiram, mas nas últimas décadas esse número aumentou significativamente e se tornou um fenômeno mundial. Um profissional workaholic, geralmente não consegue se desligar do trabalho, mesmo fora dele. Deixa de lado muitas vezes sua família e amigos, e podem ainda ter uma qualidade de vida muito ruim.
Mas, algumas mudanças estão acontecendo, qualidade de vida começa a se tornar presente no mundo corporativo. E a necessidade de mudar já é percebida por grandes organizações que começam a implementar projetos para que os funcionários não passem a maior parte da vida dentro do escritório.
O alto desempenho é algo vital dentro de uma organização, mas já se sabe que isso não é sinônimo somente de várias horas trabalhadas. Independente da função que você desempenha dentro da empresa, para conseguir chegar a alta performance vai depender tanto na forma como você renova e recupera a sua energia como na forma que a gasta, como gerencia seu trabalho e sua vida. Por esse motivo as empresas não podem apenas lidar com as capacidades cognitivas de seus colaboradores e simplesmente deixarem de lado o lado físico, mental e espiritual.
O profissional dedicado e concentrado pode trabalhar longas horas quando necessário, mas mantém outras atividades e interesses (desportivos, culturais, voluntariado, etc.). Além de ser extremamente competente e produtivo, ele precisa de muita saúde para aguentar a sobrecarga e a pressão que é submetido todos os dias. E, assim vem surgindo no mundo corporativo um novo profissional, ele gosta do trabalho, é muito produtivo, mas não vive só disse. O que o diferencia é sua capacidade de acabado o expediente, ele conseguir se desligar do trabalho e recarregar suas baterias. Tirar férias e não ficar telefonando para o escritório a cada dois dias para ver se está tudo em ordem. Se ele tiver de trabalhar no fim de semana, vai tirar um dia de folga depois.
Esta questão ainda esbarra em um inimigo difícil de vencer: a falta de consciência dos profissionais que, em um mundo “workaholic”, muitos acreditam não ter tempo ou não precisar destes programas. Mesmo as empresas investindo em programas de qualidade de vida, muitos dos quais fantásticos. A velha expressão grega “mens sana in corpore sano” (mente sã em um corpo são), nunca foi tão evidente no mundo dos negócios como hoje. Reaprender a respirar, parar, meditar, alongar e abandonar hábitos que suguem suas energias podem ser mais importantes que seu MBA, pode acreditar! Qualidade de vida não é modismo, mas competência fundamental para a competitividade profissional.
Para o nutricionista Jack Groppel, da LGE, o segredo é conseguir equilibrar estresse e recuperação. Precisamos aprender a nos recuperar em quatro esferas: física, emocional, mental e espiritual. Assim vamos conseguir tirar o maior proveito dos nossos talentos e habilidades e melhorar nosso objetivo final, o desempenho. O excesso de trabalho nunca vai desaparecer, por este motivo é melhor ter funcionários mais felizes e que estejam com a saúde em dia.