Dicas para turbinar a memória
Aprender requer mais do que adquirir novos conhecimentos. A nova informação, usando uma metáfora, precisa ser consolidada e guardada em um local seguro chamado “memória de longo prazo”.
A repetição mental é um jeito de se fazer isso, com certeza. Mas cada vez mais evidências científicas sugerem que aquilo que fazemos fisicamente desempenha um papel importante nesse processo.
Pesquisadores do Instituto Donders para o Cérebro, Cognição e Comportamento da Universidade Radboud, na Holanda, e da Universidade de Edimburgo começaram a explorar essa conexão. Em um estudo publicado em julho, 72 pessoas adultas e saudáveis passaram cerca de 40 minutos fazendo um teste padrão de aprendizagem visual e espacial. Eles observaram imagens em uma tela de computador e, em seguida, foram convidados a lembrar de suas localizações.
Depois, todos assistiram documentários sobre a natureza. Deste grupo, 48 pessoas também se exercitaram, sendo que metade passou por uma rotina de exercícios em bicicletas ergométricas logo após completar o teste; a outra metade realizou a mesma rotina, porém quarto horas após o teste.
Dois dias depois, todos retornaram ao laboratório e repetiram o teste original no computador enquanto aparelhos escaneavam suas atividades cerebrais.
Aqueles que se exercitaram quatro horas depois do teste reconheceram e recriaram a localização das figuras com mais exatidão. Suas atividades cerebrais eram sutilmente diferentes, mostrando um padrão mais consistente de atividade dos neurônios. Os autores do estudo sugerem que aqueles cérebros podem ter funcionado de uma maneira mais eficiente porque tinham aprendido os padrões mais plenamente.
Mas o porquê de se esperar quatro horas pra praticar exercícios ainda continua um mistério. Para efeitos de comparação, roedores costumam se sair melhor em experimentos quando se exercitam logo após aprenderem algo novo.
Eelco van Dongen, o principal autor do estudo, espera que novos estudos ajudem a determinar tanto o momento ideal para fazer exercício quanto qual seria a atividade ideal para reforçar a aprendizagem. Exercícios muito extenuantes “poderiam ser menos positivos ou até mesmo negativos” para a aquisição de conhecimentos, Dr. van Dongen diz , enquanto esforços suaves – ” uma caminhada curta e lenta”, acrescenta – podem não induzir um aumento suficiente dos elementos bioquímicos necessários para influenciar a forma como o cérebro aprende.
Por enquanto, ele diz, se você estiver tentando memorizar uma apresentação de PowerPoint ou aprender sobre macroeconomia, pode ser benéfico se exercitar por algumas horas após as sessões de estudo. “A memória de longo prazo não é somente influenciada pelo que acontece quando você aprende coisas novas”, diz ele, “mas também pelos processos que ocorrem nas horas e dias depois, quando a nova informação é estabilizada e integrada em seu cérebro.”
Portanto, se quiser aprender mais, comece experimentando em si mesmo atividades físicas pós estudo.
Adaptado de Blog Well, New York Times
Ótimo post! Parabéns Dr Frederico!
Gostei muito!