Liderança integral – Respeitando e integrando visões de mundo
Neste mundo extremamente complexo e interconectado em que vivemos, a grande pergunta que se faz é qual o tipo ideal de líder que precisamos. Mas, na verdade, a pergunta mais específica a ser feita deveria ser: Como alguém deve liderar outro alguém a fazer o que e quando?
Um líder integral seria um líder disposto a fazer estas perguntas e ir em busca das respostas. Digo disposto, porque pode ser que ele mesmo não consiga encontrar as respostas. Mas, para este líder ser capaz de fazer estas perguntas, é necessário que ele tenha uma postura de aprendiz, entendendo que não é o dono das respostas, mas, sim, o formulador dos questionamentos.
Ser integral é considerar as múltiplas perspectivas e, para tal, este líder deverá buscar o conhecimento em três dimensões: o conhecimento de si, o conhecimento do outro e o conhecimento do mundo – neste último também podemos dizer do contexto em que está inserido ou do negócio ao qual se dedica.
Não confunda o fato de considerar diversas perspectivas com evitar decisões difíceis, que é um padrão frequente. O líder integral considera as perspectivas, mas não foge da escolha que tem de fazer.
Não é uma questão de habilidade somente é, acima de tudo, de nível de desenvolvimento. Esta diferença de nível, por exemplo, é que distingue um Barack Obama de um Hugo Chávez. Obama tem um outro nível de maturidade, com grande respeito às diversidades, ele não é somente um tipo diferente de líder, é um tipo melhor.
E faço, sim, juízo de valor, pois ele inclui outras perspectivas e isto é evolução. É a diferença de um fanático que mata o outro por não ter a mesma crença que ele, para alguém que tem suas crenças, mas respeita as dos demais, que não são iguais às dele.
Dizem que um problema não pode ser resolvido no mesmo nível de consciência em que foi criado. Da mesma forma, precisamos de líderes com um nível de desenvolvimento acima do nível de quem criou os problemas, lideres capazes de gerenciar paradoxos, como equilibrar crescimento com sustentabilidade, o curto prazo com o longo prazo, estabilidade com mudança, entre outros.
Sempre me dizem que este tipo de líder é raro, eu sei, mas como disse a antropóloga Margareth Mead: “Nunca duvide de que um pequeno grupo de cidadãos pensantes e comprometidos podem mudar o mundo. Aliás, foi assim que sempre aconteceu…” Nunca esqueçamos que a Renascença, que mudou a humanidade, foi feita por cerca de mil artistas e cientistas patrocinados por 12 mecenas.
Quanto mais exigirmos líderes deste tipo, estimularmos o seu desenvolvimento, e procurarmos aprimorar a nós mesmos em nosso papel como líderes, maior a probabilidade disto acontecer.